Sobre cores e não logos, sobre um resgate delícia e sobre filhos únicos. Será?
Sobre cores e não logos, sobre um resgate delícia e sobre filhos únicos. Será?
Tempo de leitura: 15 minutos
Tem um novo papa a ser anunciado em breve. Tem um ex-presidente da República que foi preso -na cadeia-, mas depois ganhou tornozeleira e foi para casa. Tem TV fazendo 60 anos com um show inesquecível dirigido por mulheres. Tem noite de emoção e choro no Allianz Parque. Sim, tem de tudo: tem desafios, tem emoção, tem acerto de contas e tem também esperança. É disso que a gente vive: um pouco de cada coisa. E muito de resiliência.
Cores e nomes / Créditos: Reprodução Instagram
MENOS, POR FAVOR
Num universo onde o logo já não reina sozinho, as cores escolhidas como assinatura por algumas marcas de luxo estão dizendo muito mais do que a gente imagina: elas não são apenas uma escolha estética, mas sim sua própria identidade. Um tom bem escolhido e usado com consistência pode ser tão icônico quanto qualquer logo. Um exemplo? Basta bater o olho no laranja da Hermès ou no verde da Bottega pra saber do que (e de quem) estamos falando. Nem precisa ler o nome. Essas cores têm o poder de criar uma associação visual instantânea e, melhor ainda, mexem até com campo emocional: o vermelho Cartier, por exemplo, é puro romance, elegância e luxo atemporal. Já o amarelo Fendi é vibrante, ousado, uma energia solar, uma coisa bem Roma. Mais do que marcar presença, essas cores criam um pertencimento, como a Tiffany & Co., que escolheu um azul delicado e inconfundível, que se tornou o famoso azul Tiffany e é até protegido por lei. O que tem acontecido muito, hoje em dia, é que com o quiet luxury, as marcas têm deixado os nomes de lado e apostado que as cores falem por si. Conclusão: a sutileza está vencendo o óbvio.
Ilustração: Maria Eugenia
DE VOLTA AO FUTURO
Sabe aquela sensação gostosa de infância, que a gente sentia quando alguém chegava em casa trazendo um Toblerone? Pois é, e esse chocolate, um dos mais icônicos de todos os tempos, vai voltar à cena. Depois de muita polêmica sobre o quão suíço ele realmente era (afinal, mudaram a produção para a Eslováquia e perderam o direito de usar aquela famosa montanha Matterhorn na embalagem), a empresa anunciou que vai investir pesado na fábrica de Berna, de volta à Suíça. Isso significa uma coisa só: o Toblerone vai poder exibir novamente o orgulho suíço, inclusive com a bandeirinha do país estampada na embalagem. Quem ficou animado com essa volta às origens bota o dedo aqui!
Tudo muito natural / Créditos: Reprodução Instagram; Divulgação
SALVAR O PLANETA: CHECK!
Se a proposta é salvar o que amamos, temos falhado feio com o planeta. Mas ainda bem que há iniciativas que nadam contra essa maré: a bolsa Ryder, da Stella McCartney, por exemplo. Feita com Hydefy, uma tecnologia inovadora à base de fungos, a peça usa micélio - a parte vegetativa dos fungos, para quem lembra das aulas de biologia - cultivado a partir de resíduos de cana-de-açúcar. Esses microrganismos, descobertos nas fontes termais vulcânicas do Parque Nacional de Yellowstone, em pesquisas da Nasa, podem ser desenvolvidos em poucos dias com fermentação de ponta - um processo que reduz drasticamente o consumo de recursos, a emissão de gases de efeito estufa e a poluição. Ainda em fase de estudo, o potencial desses fungos como aliados do meio ambiente é enorme, e a marca britânica saiu na frente ao transformar essa tecnologia em uma alternativa real e sofisticada ao couro animal. A cara de Stella, ela própria uma ativista do meio ambiente de longa data.
Ah, família…Cerca de 18 mil adolescentes nos EUA e na China foram analisados por pesquisadores que perceberam algo no mínimo curioso: quanto mais irmãos um jovem tinha, pior era sua saúde mental. Quem não tinha irmãos ou tinha apenas um acabou se saindo melhor nessa história. É mais ou menos assim: quanto mais filhos, mais diluída fica a atenção dos pais. Quando os irmãos têm idades próximas, rola ainda mais competição e tensão na convivência diária. Além disso, o “espaço emocional” da família fica mais limitado, com menos suporte afetivo disponível pra todo mundo. No entanto, os especialistas dizem que não é exatamente a quantidade de irmãos que importa, mas sim a qualidade dessas relações: ter irmãos pode ensinar empatia, aumentar a confiança e ainda criar uma rede forte de apoio para a vida toda. Psicólogos destacam que é importante reservar momentos exclusivos com cada filho e sempre checar como eles estão emocionalmente. Então, nada de pânico se você tem ou quer ter uma grande família: não é a quantidade de filhos que pesa, mas sim o cuidado e o carinho dedicado a cada um. Fica a dica.
Um espaço de cultura e arte brasileira inspirado num projeto especial: isso é a Amarello
Sempre fui curiosa em relação à Revista Amarello, uma publicação com 15 anos de história, todos dedicados a desvendar a arte e a cultura brasileira. Em cada página impressa das suas edições temáticas, ou na leitura pela tela, a proposta é um olhar curioso, crítico e inspirador sobre o universo das ideias. E o mesmo vale para o Amarello Loja & Café, um espaço super charmoso que une a experimentação artística ao aconchego de um Brasil -um espaço para uma conversa, uma troca de ideias, com um bom café e pão de queijo. Por lá também arte, cultura e objetos genuinamente brasileiros se entrelaçam, expandindo e multiplicando os valores da revista. É um lugar raro em São Paulo, onde é possível parar, respirar e se perder em detalhes pensados com cuidado e criatividade. Um prazer de verdade.
Um pouco de tudo / Créditos: Reprodução Instagram
JUNTO E MISTURADO
Sabe aquela mistura que ninguém pediu, mas todo mundo acaba amando? Então, pode se preparar porque o "sneakerina" chegou pra provar que, às vezes, as combinações mais inesperadas são as mais interessantes. Eu explico: "sneakerina" é basicamente o resultado quando um tênis super confortável encontra uma delicada sapatilha de balé. É isso mesmo: pega-se a sola acolchoada de borracha típica dos tênis esportivos e junta-se com o formato arredondado e elegante das sapatilhas. Alguns modelos vão ainda mais longe e incluem até as tradicionais fitinhas amarradas no tornozelo. Esse sapato peculiar já conquistou as passarelas em Paris e Milão e virou queridinho de celebridades estilosas. Marcas como Simone Rocha, Miu Miu e outras já apostaram no visual bailarina-descolada, enquanto a Louis Vuitton lançou uma versão tipo elegante, com seu famoso monograma. Sim, 2025 já pode ser considerado o ano das combinações ousadas e fora da caixinha. Eu gosto.
Créditos: Divulgação; Reprodução Instagram
Desejos de consumo
Tem coisa mais inspiradora do que comprar presente para a mãe, no dia delas, o Dia das Mães ? Sim, elas merecem tudo de melhor e foi justamente pensando nisso que eu fiz a minhas escolhas desta semana no Iguatemi. Vamos?
Na montagem acima, imagem da artista Mary Cassatt, Mothers Kiss, 1891
1 -Como não amar esse clássico da Jaeger Le Couttre, da Frattina? Cai bem em todos os pulsos!
3 - Na Tânia Bulhões, não tem erro. Mas confesso que esse jogo cravo e canela me tocou mais.
2 - Ah, sigo cada vez mais encantada com a Valentino na versão do estilista Alessandro Michele: essa tote não me deixa mentir.
4 - Um pouco de ousadia cai bem: que tal esse vestido da Gallerist?
5 - Que mãe não sonha em sair do banho e ser abraçada por toalhas felpudas e gostosas como as da Trousseau?
Crédito: Reprodução Instagram
3 perguntas para
Ana Horta é acupunturista, professora de medicina chinesa e instrutora de práticas corporais terapêuticas. Hoje ajuda quase 80 mil seguidores no Instagram a encontrar, nas práticas orientais, caminhos para o equilíbrio físico e emocional. Mas antes de se dedicar a esse universo, ela teve uma longa e bem-sucedida carreira como jornalista — foram 25 anos de redações de revistas, jornais e TV até decidir mudar de registro. E de vida.
1. Como você virou mentora de práticas orientais?
Foi uma virada de chave inesperada. Eu sou jornalista, e trabalhei quase 25 anos em jornais, revistas e televisão, mas a rotina estressante cobrava um preço alto da minha saúde. Dois eventos marcantes me fizeram colocar tudo em perspectiva: um acidente grave e a morte repentina do meu pai. No meu caminho de recuperação, física e emocional, reencontrei o Tai Chi Chuan. Mergulhei nesse universo. Criei um canal no YouTube, chamado o Segredo dos Mestres, para divulgar mais sobre essa sabedoria que vem do Oriente. Por algum tempo, segui meu trabalho em televisão e, em paralelo, produzia conteúdo para o canal. Até o momento em que decidi me dedicar totalmente a esse novo caminho.
2. Qual o maior desafio que você enfrenta com as pessoas que a procuram?
O maior desafio é explicar que, para termos bem-estar, não basta apenas tomar um remédio. Remédios tratam sintomas. Mas de onde os sintomas vêm? De desequilíbrios energéticos, causados pelo estresse, por um estilo de vida desgastante. Se não restauramos o equilíbrio, não estaremos cuidando da origem das doenças. Ficamos num ciclo contínuo de adoecimento. É muito difícil para nós, criados dentro de uma mentalidade ocidental, compreender que a solução para nossos incômodos não depende só do remédio ou do médico. Temos um papel fundamental nos nossos processos de cura.
3. Qual foi a lição mais valiosa que a medicina chinesa ensinou para você?
Foi me dar conta de que ter saúde é, todo dia, fazer nosso melhor. É estar sempre em um processo de descoberta, de aprofundamento, escolhendo caminhos que nos fazem bem. Sem radicalismos. É curtir esse processo de autocuidado e respeito com nosso próprio organismo. E enfrentando os desafios da estrada com mais sabedoria e paciência.
Fiquei emocionada com a participação de Vera Fischer no novo quadro do Fantástico, sendo entrevistada por convidados do espectro autista: foi lindo.
Fui escolhida para participar de um pequeno jantar muito especial no restaurante Ryo, uma casa dos sonhos criada pelo chefe Edson Yamashita.
Fui premiada por assistir ao vivo no Allianz Parque Preta Gil cantando Drão com seu pai Gilberto Gil: fomos todos às lágrimas.
Depois de muitas tentativas, consegui ingresso na última apresentação de Dois de Nós, no Tuca: Antonio Fagundes, Christiane Torloni, Alexandra Martins e Thiago Fragoso estão excelentes nessa comédia deliciosa.
Assistir vários trechos da Festa dos 60 anos da TV Globo: Fábio Júnior, os sertanejos, as sertanejas, As Fenéticas - foi bom demais.
Passei quatro dias na Bahia, fui a Salvador especialmente para o aniversário de 70 anos de Edinho Engel, do restaurante Amado: foi um festão com muita alegria, decoração maravilhosa, comidas e doces incríveis.
Fui recebida para um almoço bem íntimo no magnífico apartamento de David Bastos, com vista pra Baía de Todos-os-Santos: uma mesa linda, amigos queridos e muita generosidade.
Já estou sonhando com os novos chinelos tipo slides da Loewe.
Nem sei o que falar sobre as cadeiras que estão à venda só na Comme des Garçons de Paris, uma releitura de um desenho feito por Rei Kawakubo.
Caí de amores por um chapéu da Paco Rabanne - ando numa fase muito “cabeça”.
Comecei a ler o último livro de Pedro Mairal, “Fogo nos Olhos”, lançado pela Todavia: sou muito fã dele.
Fiquei feliz ao saber que uma obra de Luiz Zerbini foi comprada por um grupo de doadores para a Pinacoteca de São Paulo: uma maravilha de cinco metros, sobre Canudos.
Tentei acalmar meus amigos que moram em Portugal, nervosos com o apagão na Europa.
Acompanhei pelas redes um lançamento da coleção Cruise, da Chanel, no Lago de Como, na Itália, que contou com filmagem de Sofia Coppola e presença de Fernanda Torres, agora parte do squad de estrelas da marca.
Li que a Loewe passou a Miu Miu e virou a número um no ranking das marcas de desejo do mundo.
Fiquei surpresa e contente com a primeira estrela do Michelin dada a uma chef mulher que prepara sushi: Chizuko Kimura assumiu o balcão do Sushi Shunei, em Paris, depois da morte de seu marido.
Uma voz, um jeito, uma personalidade: Nana Caymmi, única. Uma pequena homenagem com ela cantando uma de suas canções mais míticas: “Resposta ao vento”, acompanhada por Wagner Tiso e pela Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Viva Nana.
Ilustração: Maria Eugenia
O COURO SUSTENTÁVEL
Mais uma revolução a caminho: a da JBS Couros em relação à cadeia produtiva, com a criação do Kind Leather, um conceito inovador que destaca práticas sustentáveis e economia circular no setor do couro. Criado há sete anos, o Kind Leather propõe uma mudança significativa ao priorizar qualidade sobre volume, reduzindo desperdícios e minimizando impactos ambientais.
A abordagem é diferenciada: a ideia é trabalhar para entregar produtos sob medida, otimizando o aproveitamento do material e diminuindo resíduos em cerca de 9%. Além disso, esses resíduos gerados são reaproveitados em outras empresas do grupo, como a Genu-in, produtora de colágeno e gelatina, e a Orygina, voltada para o setor farmacêutico e tecnológico. E é isso justamente o que conhecemos como promoção de uma real economia circular.
Em termos de sustentabilidade, o Kind Leather reduz as emissões de carbono em mais de 15% comparado ao couro tradicional. Nos últimos tempos, iniciativas como o programa SaveTan diminuíram em até 12% o impacto ambiental no curtimento dos couros, economizando água e produtos químicos. Outro avanço é o protocolo Responsible Tannery Chemistry (RTC), que avalia fornecedores com critérios rigorosos de sustentabilidade, incluindo biodegradabilidade e impacto ambiental geral. O planeta mais uma vez agradece.
Se você até chegou aqui, é um leitor voraz da #CaixaPostal. Agora me diga, o que mais gosta?
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Por Joyce Pascowitch
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