A crise do bem-estar, o shortinho bem curtinho e a estranha cara das novas magras: vem pra cá que tem mais!
A crise do bem-estar, o shortinho bem curtinho e a estranha cara das novas magras: vem pra cá que tem mais!
Tempo de leitura: 12 minutos
Dias de muita emoção. Também de muita inspiração: teve Lady Gaga com aquela energia absurda vinda de Copacabana e teve a fumaça branca na chaminé do Vaticano, enchendo nosso coração de alegria e esperança com o anúncio do novo papa, Leão XIV. Parece até que rolou uma trégua nos problemas mundiais e, talvez, também nas questões pessoais de cada um de nós. Essa parada tão bem-vinda e tão necessária para que a gente tome fôlego, respire fundo e siga adiante. Vamos juntos - porque assim fica menos difícil.
Ilustração: Maria Eugenia
NOVOS OBJETIVOS
Sabe aquela ideia de que ser CEO é o auge da carreira? Pois é, parece que muita gente chegou lá, olhou em volta e pensou: “E daí? Melhor parar por aqui”. Em 2023, mais de 2.200 CEOs deixaram seus cargos nos Estados Unidos - o maior número registrado desde que a consultoria Challenger, Gray & Christmas começou a acompanhar esses dados, em 2002. Só nas empresas de capital aberto, foram 373 saídas, um aumento de 24% em relação ao ano anterior. Depois de atravessarem a pandemia, os CEOs até acharam que as coisas iam melhorar… Mas aí vieram novas dores de cabeça: inteligência artificial, tensões econômicas, disputas geopolíticas, críticas (e pressões) sobre diversidade e inclusão… é muita bomba para desarmar ao mesmo tempo. E por mais que o salário médio de um CEO do Standard & Poor's 500, que é um índice composto por 500 das maiores empresas de capital aberto dos EUA, tenha batido US$ 16,4 milhões no ano passado, é tanta dor de cabeça que - acredite se quiser - muitos acham que acaba nem compensando. Enquanto as empresas se preocupam com a falta de sucessores dispostos a encarar esse desafio, a nova geração está colocando na balança não só o salário, mas também saúde mental, tempo com a família e qualidade de vida. E, honestamente? Eles não estão errados.
Tomando uma fresca / Créditos: Reprodução Instagram
OLHO VIVO
A moda pode parecer apenas uma escolha pessoal sobre o que vestir, mas vai bem além disso: é um verdadeiro termômetro econômico. Eu vou explicar: sabe aquele shortinho minúsculo que tem feito sucesso entre os homens – o famoso "short perereca"? Pois é, ele é bem mais do que um jeito de mostrar as coxas malhadas. Pesquisadores da moda perceberam que o comprimento das roupas pode estar diretamente ligado ao humor econômico da sociedade. Essa relação entre moda e economia é antiga – em 1926, o economista George Taylor criou uma teoria chamada "Hemline Index", que diz basicamente o seguinte: saias curtas indicam otimismo econômico, enquanto saias longas prenunciam tempos difíceis. A história da moda comprova: na década de 20, época de prosperidade, as saias curtas bombaram. Depois, com a Grande Depressão, veio a sobriedade das saias longas. Nos anos 60, com a economia forte e revolução cultural no auge, lá estavam as minis de novo, cheias de energia. Mas não é só no comprimento das peças que a gente pode medir esse fenômeno. Nas últimas semanas de moda, a volta forte da alfaiataria rígida, cores neutras, pérolas e visuais mais contidos mostrou uma tendência ao chamado "corporate core" – uma estética que lembra a mulher austera, controlada e preparada para tempos difíceis. É como se o guarda-roupa estivesse dizendo: "vem crise aí, hora de economizar." Outra dica curiosa aparece com a nostalgia, um fenômeno que sempre ressurge quando o presente fica meio nebuloso. Marcas como McQueen e Diesel têm apostado em peças icônicas que marcaram épocas anteriores a crises econômicas passadas, quase que como uma piscadinha dizendo: "lembra como já passamos por isso?" Por outro lado, alguns especialistas acreditam que, em tempos difíceis, as pessoas fazem o contrário: o maximalismo, a extravagância e a fuga da realidade - isso a gente já conhece bem. Talvez a melhor ideia seja se vestir como se estivesse vivendo num universo paralelo – ou pelo menos imaginando um futuro melhor que o presente. Então, atenção aos looks: eles podem dizer muito mais do que está por vir do que os futurólogos.
Um tal de estica e puxa… / Créditos: Reprodução Instagram
CARAS E BOCAS
Depois da "cabeça de Ozempic", chegou a vez da "boca de Ozempic" ficar conhecida. Esse termo curioso é a nova expressão que a turma em Hollywood anda usando para descrever um efeito inesperado do famoso medicamento para emagrecer. Segundo especialistas, esse efeito acontece porque o medicamento faz as pessoas perderem peso rapidamente, inclusive na região do rosto. Com essa perda acelerada, a pele do rosto perde volume, especialmente ao redor da boca. O resultado é a formação de linhas finas, rugas mais acentuadas e pele flácida nas laterais da boca, no queixo e no contorno dos lábios. Tudo isso contribui para um visual meio “caído". Celebridades como Sharon Osbourne e Whoopi Goldberg já estão mostrando sinais desse fenômeno e buscando soluções rápidas. Outro exemplo é a atriz Rebel Wilson, que mesmo tendo perdido 35kg após dedicar um ano a uma rotina com exercícios físicos e dieta balanceada, admitiu ter recorrido ao medicamento para manter o peso. Para dar uma "ajeitadinha", muita gente tem recorrido a procedimentos estéticos, como preenchimentos faciais e tratamentos que estimulam o colágeno da pele. Em grande parte das vezes, a emenda fica bem pior que o soneto… Sim, emagrecer é muito bom e todo mundo gosta. Mas todo cuidado é pouco…
Você já percebeu como, ultimamente, tem muita gente jovem meio infeliz por aí? Não é impressão, não: é fato. Pesquisas recentes confirmam que jovens, especialmente em países ricos como os Estados Unidos, têm mostrado níveis mais baixos de felicidade. Eles têm enfrentado mais problemas emocionais e psicológicos do que gerações anteriores, e isso no mundo todo: uma grande pesquisa, chamada Global Flourishing Study, mostrou que essa infelicidade começa cedo, já lá pela juventude, e demora até melhorar, normalmente só lá pelos 50 anos. E por que isso acontece? Algumas razões: o excesso de tecnologia, que apesar de útil, muitas vezes limita o contato real entre as pessoas; a falta de conexões mais profundas com amigos e familiares; e uma vida cada vez mais secularizada, ou seja, com menos gente participando de atividades religiosas ou espirituais. Parece que os bens materiais e o sucesso financeiro podem trazer conforto, mas não trazem necessariamente propósito ou significado. Mas calma, porque também tem boas notícias: os jovens que têm mais conexões pessoais e íntimas parecem escapar um pouco dessa infelicidade generalizada. Para isso, os especialistas dão três dicas para aqueles que querem se sentir mais felizes: valorizar as relações pessoais, deixando o celular um pouco de lado (claro); buscar uma vida espiritual ou filosófica que ajude a encontrar um significado mais profundo no dia a dia; e lembrar que dinheiro e conforto são muito bons, mas não são tudo. No fim das contas, felicidade é menos sobre o que temos e mais sobre as conexões que fazemos e o significado que encontramos no caminho. É bom começar a praticar…
Tanto bem-estar que me deu stress… / Créditos: Reprodução Instagram
MUITO DE TUDO
Não é de hoje que o mercado do bem-estar está bombando… Os consumidores norte-americanos que priorizam a saúde e o autocuidado já movimentam mais de US$ 1 trilhão, impulsionando setores como suplementos, skincare, fitness e cuidados pessoais. Produtos focados em proteína, saúde intestinal e sono estão voando das prateleiras, enquanto tendências como saúde emocional, prevenção e comunidades de bem-estar ganham cada vez mais espaço. Segundo o relatório "The Global Wellness Economy in 2023", do Global Wellness Institute, esse mercado de bem-estar atingiu um novo pico histórico em 2023, chegando a incríveis US$ 6,3 trilhões, o que representa 6,03% do PIB mundial. Isso significa que esse setor já é maior do que áreas como economia verde, tecnologia da informação e esportes. Marcas novas e inovadoras de roupas esportivas, como a Alo, que está chegando no Brasil, e startups de suplementos e probióticos, como Grüns Daily e Seed, são impulsionadas por essa demanda crescente. As marcas que conseguem integrar bem-estar físico, emocional e mental, oferecendo experiências que cruzam diferentes categorias, são aquelas que vão liderar essa nova era cheia de oportunidades no mercado global. É tanta coisa que já me deu um certo… stress mental!
Desejos de consumo
Esses dias de temperaturas amenas nos lembram das possibilidades interessantes que temos na cidade. Foi pensando num passeio pelo novo prédio do Masp - para ver com atenção todos os andares - que eu me inspirei para as escolhas desta semana no Iguatemi. Arte é bom e faz bem pra alma.
Na montagem acima, imagem do projeto arquitetônico do Novo Masp, em co-autoria de Júlio Neves com o escritório @metroarquitetos.
1 -Sapatos sem salto, por favor! Esse tênis da Adidas tem um ar retrô, que na verdade é bem moderno. Na Sunika.
3 - Para garantir a hidratação entre um andar e outro, melhor já levar de casa essa térmica Le Creuset que encontrei na Up+Casa.
2 - Esse look da Lacoste parece perfeito para uma tarde no museu: elegante, moderno e confortável.
4 - Ah, esse pulôver da Osklen com essa rosa vermelha… Quero um já!
5 - Para relaxar depois de um dia intenso entre obras de arte: uma vela, um gel de banho e aquele descanso merecido - tudo de Jo Malone.
Crédito: Gleeson Paulino
3 perguntas para
Anna Muylaert é diretora, produtora e roteirista de cinema e televisão. Com uma longa trajetória de sucesso, seu currículo conta com produções brasileiras de renome, como o premiadíssimo “Que horas ela volta?” (2015), “Alvorada” (2021), e “Durval Discos” (2003). Atualmente, ela está dirigindo o filme “Geni e o zepelim”, uma adaptação da canção homônima de Chico Buarque.
1. As suas produções sempre trazem discussões muito necessárias. Como você chega nessas temáticas?
O roteirista americano Paul Schrader diz que para fazer um filme bom, você tem que pegar uma questão muito pessoal e encontrar uma metáfora numa história que não tenha nada a ver com você. A ideia é que o filme não pareça pessoal, mas ele sempre é. Então, todas as histórias vêm de movimentos meus, de necessidades de falar coisas. Normalmente é sobre a luta pela conquista da autoestima da mulher. Nós, mulheres, somos criadas para sermos frágeis, submissas… E isso é quase uma programação interna. Existe uma luta para desprogramar isso em busca de uma liberdade. Isso é eterno. E, a partir disso, eu vou escolhendo temas que eu acho que sejam pertinentes ao país. Eu acho que, principalmente quando você trabalha com dinheiro público, há a responsabilidade de devolver esse dinheiro de alguma forma para o público brasileiro e, às vezes, mundial. A questão da babá é essencial na cultura brasileira, fazer um documentário sobre a Dilma Rousseff também foi essencial.
2. Qual dos seus filmes mais representa você? E qual mais representa o Brasil?
Eu acho que quase todos os filmes me representam. E eu acho que o que mais representa o Brasil é o “Que horas ela volta?”, porque ele tocou numa questão que vem desde o Brasil colônia, de uma maneira não panfletária. Foi uma maneira até educada para falar de um machucado muito grande, de uma perversão muito grande. Que, aparentemente, só está machucando um lado, mas, na verdade, machuca a cultura inteira.
3. Houve uma polêmica na sua atual produção, o filme “Geni e o zepelim”, em relação ao gênero da atriz que irá interpretar a protagonista da história. O que você aprendeu nesse processo?
Eu sou uma pessoa que eternamente vai acreditar que um personagem de ficção é um personagem de ficção e que ele pode ser interpretado de várias maneiras. Eu aprendi que a Geni se transformou num símbolo muito importante, quase sagrado para um grupo de pessoas trans, que considera que a Geni é trans, como uma verdade absoluta. Eu, como não acredito que isso seja uma verdade absoluta, achei que poderia trabalhar de outra maneira. Mas, ao entender o sofrimento que isso estava causando, uma vez que esse era o único símbolo brasileiro de uma mulher travesti, imediatamente eu decidi mudar. Eu acho que a gente mexeu numa coisa muito sensível sem ter a amplitude da importância desse símbolo para a comunidade.
Não consegui comparecer ao lançamento do showroom Jequitibá, com móveis de Guilherme Castello Branco, filho do arquiteto Dado Castello Branco e de Carol Castello Branco - são lindos.
Fiquei feliz de ter participado do almoço de Dia das Mães a convite do Iguatemi: foi no restaurante Rodeio e posso garantir que foi impecável!
Achei muito interessante a nova campanha da Rimowa com um artista plástico chinês.
Fui dormir encantada, duas noites, depois de assistir à entrevista de Adélia Prado para Pedro Bial — que mulher mais inspiradora, autêntica, única.
Dividi o terraço do restaurante Parigi com vários conhecidos no almoço pilotado por Sonia Sahão em torno de François Delahayé, diretor da rede de hotéis de luxo Dorchester Collection.
Comemorei o fato de já ter Mounjaro para vender no Brasil, com necessidade de receita médica e todos os protocolos necessários.
Tive uma aula saborosa de literatura com as crônicas de Paulo Mendes Campos.
Fui surpreendida pela entrevista do empresário Barry Diller, marido de Diane von Fürstenberg, com suas verdades sobre amor e sexo, parte do livro que ele está lançando e cujo aperitivo saiu na New York Magazine.
Recebi em casa o novo livro do jornalista norte-americano Graydon Carter, de quem sou fã desde os tempos que ele dirigia a revista Vanity Fair: estou louca para ler.
Chorei de emoção assim que a fumaça branca surgiu na chaminé do Vaticano e continuei até o anúncio e o discurso do novo papa.
Fiquei impressionada com o trabalho da artista plástica Lia D Castro na galeria de Jaqueline Martins e Maria Montero: agradeço Lui Tanaka que me convidou e me apresentou essa pessoa e essa obra incrível.
Não consegui estar presente, mas fiquei emocionada com o livro de Sonia Manski sobre seu pai, que ela lançou no bar Balcão.
Descobri que a Harrods lançou, em Londres, novos sabores de seus tradicionais biscoitos, que vêm naquelas latas vermelhas. Quero experimentar todos.
Gostei demais de ver Stevie Wonder no Met Gala, o melhor da festa.
Fiquei com feridas horríveis na gengiva por causa de uma pasta de dentes da Colgate: ela foi recolhida das farmácias, mas o aviso de que o produto estava com problemas não foi devidamente comunicado - muita gente ficou machucada sem saber o verdadeiro motivo.
Experimentei pela primeira vez uma sobremesa que já entrou na minha lista de preferidas: o bolo de figo do restaurante TonTon, que surpresa deliciosa.
Neste domingo mais que especial, uma pequena homenagem a essa mãe que iluminou e alegrou tanto as nossas vidas. Viva Rita Lee!
Ilustração: Maria Eugenia
ENERGIA DO FUTURO
Com um investimento de R$ 17 milhões, a JBS está dando mais um passo importante para tornar sua operação mais sustentável, usando o metano produzido nas próprias fábricas para gerar energia elétrica renovável. O gás, transformado em biogás, abastece geradores que já produzem energia suficiente para atender quatro unidades da Friboi, o que não só aumenta a eficiência energética da operação como reduz significativamente os custos.
Só para se ter uma ideia, desde 2023 essa iniciativa já evitou a emissão de cerca de 263 mil toneladas de CO₂ equivalente — seria como tirar mais de 105 mil carros das ruas durante um ano inteiro. As unidades em Ituiutaba (MG) e Andradina (SP) são exemplos concretos dessa economia: juntas, geraram mais de 2 milhões de kWh de energia elétrica, economizando cerca de R$ 1 milhão em contas de energia. E isso dá para abastecer cerca de 12 mil casas por um mês.
O projeto não pára por aí: as fábricas de Barra do Garças (MT) e Mozarlândia (GO) vão começar a usar o mesmo sistema nos próximos meses, adicionando mais energia limpa e suficiente para alimentar cerca de 6 mil residências. Até o meio de 2025, serão 18 geradores funcionando com biogás, graças a investimentos conjuntos da JBS e parceiros estratégicos.
Essa mudança começou lá em 2021, com a implantação de biodigestores em nove unidades da Friboi para capturar o gás metano das operações industriais e transformá-lo em biogás. Ao todo, já foram investidos R$ 77 milhões nesse projeto, somando recursos da própria JBS, da Âmbar Energia e outros parceiros. E ainda há planos para usar esse gás limpo até na frota de veículos da empresa, reduzindo ainda mais os custos com combustíveis fósseis e as emissões de gases poluentes. Vale celebrar!
Se você até chegou aqui, é um leitor voraz da #CaixaPostal. Agora me diga, o que mais gosta?
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